Com o incremento da terapia antirretroviral (medicações para o vírus HIV) e uma maior sobrevida dos soropositivos (pessoas portadoras de HIV), houve um aumento no número de crianças nascidas de pais com o vírus, sem a transmissão da doença para o recém-nascido.
O planejamento de uma gestação de uma mulher soropositiva é um dos principais fatores para não haver transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV. O médico assistente deverá estar atento ao resultado da carga viral ( baixa ou negativa) que é indicativa de uma boa adesão ao tratamento e baixo risco de contaminação para o filho.
Temos três momentos de transmissão vertical:
– A primeira durante a gestação na qual a paciente deverá ter uma boa adesão às medicações, ter cuidados com infecções associadas e fazer monitoramento do estado imunológico(defesas) ;
– A segunda possibilidade é no momento do parto (vaginal ou cesáreo) que deverá ser indicado dependendo da carga viral materna, ser planejado com antecedência e fazer uso de medicação antirretroviral endovenosa com pelo menos três horas de antecedência;
– A terceira oportunidade de transmissão é após o nascimento aonde existe a possibilidade de passagem do vírus através do leite materno(amamentação sendo, portanto, contraindicada).
O pediatra ao atender uma sala de parto de uma gestante soropositiva deverá ter um cuidado especial para diminuir a chance de transmissão do vírus, estando atento ao uso precoce de medicação(preferencialmente até 2h após o nascimento) e coleta de exames para iniciar o monitoramento da doença e efeitos colaterais do uso das medicações. Não esquecer de oferecer alimentação através de fórmulas infantis e contra indicar amamentação.
Infelizmente apesar de todas as condições hoje existentes para evitar a transmissão vertical, muitas mães deixam de fazer pré-natal adequado, gerando filhos com o vírus e todas as suas implicações.
Vitor João de Quadros Albé
CRM 18205