A pele é o maior e mais extenso órgão do corpo humano e tem um importante papel na psiquiatria. Apresenta múltiplas funções, dentre elas, ser a membrana que delimita o mundo interno, separando-o do externo. Por toda a representação simbólica que tem, além de ter a mesma origem embrionária do sistema nervoso central, a pele possui uma ligação íntima com as emoções, podendo muitas vezes manifestar reações emocionais que a pessoa não gostaria, como enrubescer quando sente vergonha, empalidecer frente ao medo, ou até mesmo sentir muita coceira numa situação desagradável. Além disso, muitos autores referem a pele como o primeiro meio de contato com o mundo externo.
A pele reflete muito do estado interior da pessoa. Prova disso é que quem está feliz e de bem com a vida apresenta uma pele mais macia, viçosa e aparentemente saudável. Por isso, não basta usar cosméticos caros para ter uma pele bonita, é preciso também cuidar da mente.
As lesões mais interligadas neste caso são: dermatite atópica, psoríase, alopecia areata, acne, rosácea, delírios parasitários, escoriações neuróticas e dermatite artefata.
Temos a divisão das categorias conforme o acometimento destes:
Os distúrbios psicofisiológicos (psoríase e eczema) associam-se a problemas da pele que não estão diretamente ligados à mente, mas que reagem aos estados emocionais, como o estresse.
Os distúrbios psiquiátricos primários envolvem afecções psiquiátricas que resultam em manifestações cutâneas auto-induzidas, como tricotilomania e delírios de parasitoses.
Os distúrbios psiquiátricos secundários associam-se a distúrbio de desfiguração da pele.
Mais do que um problema cosmético, as doenças dermatológicas envolvem fatores psicossociais que afetam o paciente, a família e a sociedade. O manejo efetivo destas doenças requer a consideração dos fatores psicossociais envolvidos.
Dra. Carolina Peter Scherer – CRM 25436 Publicado no Jornal NH – 15 a 20 de outubro de 2012